Santos de casa não fazem milagres!


Santos de casa não fazem milagres!

Um ditado bem popular que surgiu nos meus pensamentos, à procura de identificação e respostas, após um telefonema: “… pensava que te conhecia! …. Sendo filha de quem és… E agora fazes estas coisas… O que é que fazes mesmo?!”… Enfim, algumas curtas frases que me deixaram em estado meditativo. Pensa ela assim e pensarão muitas outras que me “conhecem”. O bendito ditado apareceu que nem slogan luminoso de letras garrafais.

“Santos de casa”, pelo que já percebi, não são apenas os da “casa família” mas também os da “casa grupo” ou “casa comunidade”. Lá porque o ditado é popular não quer dizer que se encaixe em todas as situações. Esta expressão surge porque não somos levados a sério. O que somos, fazemos, empreendemos, realizamos, projetamos não é valorizado, é posto em causa pelo desconhecimento. No fundo, apenas conhecem uma parte de nós, da nossa vida, da nossa história, a outra parte, que muitas vezes tem a ver com escolhas e mudanças de perspetiva de vida, recusam-se (por variados motivos) a conhece-la.

Tive uma infância e adolescência dita normal, rica das situações normais que criam a nossa personalidade e constroem o nosso ser. Estudei, fui para a universidade, comecei a trabalhar antes de concluir a licenciatura, engravidei, casei, tive o meu filho, dediquei-me a ele, à família e aos negócios do meu marido. Só depois conclui os meus estudos superiores mas sempre a trabalhar. Como vêm, uma vida banal, igual a muitas outras. No entanto, algo fazia a diferença.

Desde sempre, desde que me entendo como gente, soube que há muito mais do que simples viver. A vida não é só isto. Eu sentia, eu ouvia, eu lia entre linhas mas ninguém me compreendia. Era estranha (e talvez ainda o seja).

 Há um propósito bem maior para cada um de nós. E a vida deu-me provas disso. Pôs no meu caminho as pessoas e os momentos certos que me inspiraram, ensinaram e ajudaram a compreender esse propósito. Sobretudo qual era o meu propósito, a minha verdade. Quando tomei consciência do meu caminho também o sofrimento, a dor, o medo, a sombra se tornaram presenças conscientes em mim, assim como os pilares que suportam a construção da felicidade.

Em 2007 dei o primeiro passo determinado e seguro no caminho que escolhi, o caminho da espiritualidade, da consciencialização, das energias que movimentam o universo e as suas leis. O entendimento do aqui e agora, o resgate da minha verdade (do meu Eu), conexão com a fonte divina, com a mãe terra, com a luz, a valorização pessoal e o amor incondicional. 

Abre mão do controle e permite a transformação libertadora
do teu ser (imagem Pinterest)

Agora sou Terapeuta de Reiki, Tarologa, Facilitadora de Abertura de Consciência Espiritual, pratico meditação (Mindfulness), fiz o curso de Angeologia e Símbolos Angélicos, estudo Numerologia (já faz parte do meu dia-a-dia) e Astrologia (sempre que me é possível), e estou a frequentar uma pós-graduação em Psicologia Positiva e Coaching com o intuito de adquirir bases mais fortes e consistentes para poder realizar o meu trabalho como Terapeuta e Positive Life Coach da melhor forma possível. O querer (coisa do Ego) é sempre o de inspirar vidas, orientar quem precisa, quem despertou ou quem tem a alma doente… E não estou a fazer esta descrição para me gabar. Não. Muita gente o desconhece. Apenas pretendo que percebam que o caminho é exigente quando o nosso propósito de vida é aprender para ensinar ou orientar para despertar …

Serei santa por isto? Claro que Não! Nem pretendo! Faço milagres? Claro que Não!
Mas posso levar quem me procura ao encontro dos seus milagres. A própria existência já é um milagre e ter consciência dela é o maior de todos!

O que acontece é que a partir do momento que fazemos esta escolha, que também é a escolha do autoconhecimento, deixamos cair algumas máscaras que a sociedade e o meio em que crescemos “obrigam”, paramos de mentir e omitir o que verdadeiramente somos e queremos.
Criamos uma força interior imensa que confunde e incomoda os outros que ainda não estão a viver a sua verdade, deixando-os na corda bamba da dúvida e do julgamento.

Todos somos uma representação. Mostramos aos outros aquilo que queremos e quando queremos. Agimos consoante as situações ou circunstâncias. Mas e quando a máscara cai? O que é que fica? (Imagem Pinterest)

Este caminho não tem volta atrás. Não dá para recuar, não dá para desistir. O sofrimento e as provas a superar são bem mais dolorosos… Ele exige de nós uma “imensa e silenciosa humildade assim como o controle da vitimização e a projeção dos nossos dramas nos outros”, daí o ditado.
Aqueles que pensavam que conheciam o santo ficam surpreendidos ou incrédulos ou até mesmo desconfiados quando se deparam com a sua verdadeira essência.

“Eu conhecia-o antes de ser santo, como pode fazer milagres?”
O autoconhecimento desenvolve o amor
incondicional. (Imagem Pinterest)


Estou em crescimento constante, em aprendizagem constante, estou a vivênciar o meu estado humano, com erros, dor, duvidas, medos e inseguranças mas também com sucessos, orgulho e alegrias. Com consciência sei que tudo faz parte do processo evolutivo pelo qual aceitei passar.

E fazer o que faço, ser quem escolhi ser, preenche o meu coração e impulsiona a minha felicidade. Podia ter sido professora de biologia e geologia, gostei de o ser enquanto fui,  mas escolhi ser terapeuta. Pensando bem, por vezes sou terapeuta professora...

“Ser terapeuta permite-me desfrutar de uma regalia maravilhosa; poder lidar com o ser humano para lá da máscara social que queiramos ou não, somos condicionados a usar enquanto estamos encarnados. Seja o papel de mãe ou pai, patrão ou empregado, filho ou irmão, mulher ou marido, todos temos em comum o dilema de nem sempre permitir que revelemos o que temos de melhor, a nossa essência.
Ser terapeuta é ter o privilégio de aceder ao espírito do outro, de espreitar a sua essência, de destapar a sua verdade, seja a parte extraordinariamente iluminada e poderosa ou pelo contrário, o seu tão temido lado escuro. E se já ser testemunha e facilitadora dos processos de transformação de cada um é para mim um lugar sagrado, conhecer-me a mim própria através do outro, é a cereja no topo do bolo!
Gosto de acreditar que um dia iremos chegar ao estado de evolução em que todos nos iremos reconhecer como iguais com histórias diferentes, a fazer a mesma viagem por caminhos diferentes, em busca da mesma verdade estudando livros diferentes, a testar o mesmo equilíbrio em experiências diferentes.” – Vera Luz (https://veraluz.pt/agradece-e-aprende-com-quem-te-rodeia/).

Só vos posso dizer, procurem a vossa verdade, a vossa essência, deixem cair as máscaras e façam milagres acontecerem todos os dias da vossa vida.

Abraço-vos em gratidão
Teresa

Onde os meus talentos e paixões encontram as necessidades do mundo, está o meu caminho, o meu lugar.
Aristóteles



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